DATA DE PUBLICAÇÃO
18-09-2024
ARTIGO DE ESTUDO
ESTUDANDO MAQUIAVEL PARTE 04
Nº 008
Estudando Maquiavel parte 04 é a continuação da série de artigos relacionados aos estudos das frases de Nicolau Maquiavel em seu livro, O Príncipe. No estudo de hoje vamos entender quais deveres um governantes jamais deverá abrir mão, com risco de perder até seu nome. Espero que gostem.
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois é essa a única arte que compete a quem comanda.
Nicolau Maquiavel
Segundo o autor, a influência de um Estado não se mede pela sua riqueza ou pelo contentamento do povo, mas pelo seu poderio militar. Alianças surgem e outras se vão, mas o único que deveria se interessar em defender seu próprio território é o seu governante, ninguém mais.
Citemos aqui, novamente, Cesar Bórgia ou Duque Valentino. Este governante terá um artigo só sobre ele, mas, primeiramente, usarei apenas a parte que nos interessa.
Cesar viu o quão frágil é um Estado depender de forças aliadas, por isso tratou de erguer e fortalecer as suas. Apesar de sua influência e poder se deveu, primeiramente, à concessão do papa (Alexandre VI, seu pai), seu nome só alcançou o imaginário popular da época por causa de seu foco na parte militar.
Para título de definição: as forças aliadas são grupos militares cedidos aos serviços de um governante. Dependendo do acordo essas forças teriam certa liberdade quanto a aquisição de dispojos a à submissão. Maquiavel até fala que em tempos de luta eles são poucos confiáveis, apesar de sua organização.
Naquela época, era comum que todos prestassem respeito e temor aos Estados Eclesiásticos; muitos Estados surgiam por concessões do pontífice máximo. Aqueles que não faziam parte desse grupo, ou dependiam da amizade dele, ficavam receosos quando este era substituído ou se contrariasse às suas riquezas.
Cesar, de início, não teve esse problema, uma vez que ele havia recebido este poder de seu pai, papa Alexandre VI. Forte era a sua influência. Seus empreendimentos se sucederam por ter fortes aliados e inteligência. Infelizmente, mesmo o mais preparado e estudado, as vezes, precisa de um pouco de sorte. Se por um pontífice ele adquiriu poder, por outro ele foi restituído de sua glória.
Conclusão
Nicolau Maquiavel já se mostrou um ótimo conselheiro quanto aos assuntos de Estado, mas, diferentemente de alguém vil, ele demonstrou que existem valores inegociáveis. Assim como um governante necessita se atentar aos assuntos de Estado porque nada é mais importante, nós também devemos nos armar contra as armadilhas e laços que encontramos no nosso dia-a-dia.
Muitos tratam as obras de Maquiavel como algo de valor inferior (algo vil), porém, passagens como esta, são vistas por toda a obra de O Príncipe. Passagens que enaltecem governantes honrados, preparados, estrategistas, enquanto os ditadores e impetuosos não chegam a merecer nenhum adjetivo honroso.