DATA DE PUBLICAÇÃO

03-08-2024

ARTIGO DE ESTUDO

ESTUDANDO MAQUIAVEL PARTE 01

Nº 002

Estudando Maquiavel parte 01

Estudando Maquiavel parte 01 é o começo de uma série de artigos relacionados as frases do mesmo autor em seu livro O Príncipe. Como suas frases carecem de explicações enquantodivulgadas na mídia, essa série de artigos tem como papel principal de explicar o sentido de cada frase seguindo a linha de raciocínio do autor de uma forma simples e lúdica. Espero que gostem.

Por onde se depreende que os homens devem ser acarinhados ou eliminados, pois se se vingam das pequenas ofensas, das graves não podem fazê-lo; daí decorre que a ofensa que se faz ao homem deve ser tal que não se possa temer a vingança

Se você fosse o rei de um Estado poderoso que, em uma de suas empreitadas para conquistar uma porção de terra se vê num dilema: é mais fácil devasta-los por completo ou mantê-los em cativo? Maquiavel nos mostra que quanto aos assuntos de guerra, a compaixão não é cogitada.

Primeiramente, precisamos fazer um esforço imaginativo grande para nos pôr no patamar do regente de um Estado (evitando ao máximo aquela associação fantasiosa dos romances). A nossa função seria, em suma, a personificação do poder do próprio Estado. Se agimos covardemente, a reputação do Estado é abalada enquanto se somos temidos, a Estado inteiro é respeitado.

E qual seria a melhor forma de se conquistar uma colônia? Segundo Maquiavel, seria habitando naquele local e preservando a sua cultura, pois manter a colônia em constante opressão do exército se tornaria muito dispendioso e, não obstante, abria margem para um movimento contrarrevolucionário.

Aplicação

Um bom conselho é aquele que podemos ouvi-lo e aplica-lo em nosso cotidiano. Este livro, porém, não é aquele de autoajuda ou de autoconhecimento. Este aqui se trata de um livro de política, ou seja, ele deve ser interpretado sob uma ótica geopolítica. Quanto a isso, eu acredito que não há espaço para romantizações.

Neste trecho, podemos entender que a mensagem principal é da força necessária para se firmar é um território novo. Esse território, por ser novo, não lhe pertence e não lhe deve nada. Para que um regente se estabeleça nesse Estado, o autor nos dá duas opções: a do terror real e explícito e a do terror perceptível.

Aos principados daquela época era importante exercer influência diplomática e militar sobre seus vizinhos para preservar seu legado, mas e nos tempos atuais? Seria necessário recorrer à tais medidas? É claro que sim, porém, em um mundo globalizado, outros recursos mais sofisticados passam a valer como sanções econômicas e recursos menos sofisticados como ensaios testes balísticos.

A Faixa de Gaza não seria o exemplo máximo desse terror implícito? O golpe de Estado em Mianmar não seria o exemplo desse terror explícito?

Pontos para se pensar:

  • Como se adquiria escravos do continente africano? Por meio da conquista armada dos portugueses (terror explícito) ou influência econômica (terror implícito)?
  • Por que uma parcela pequena da Ucrânia se rebelou contra a influência avassaladora do poderio russo? Seria a influência de países inimigos?

Conclusão

Vendo que a força bruta não facilitaria e, de certo, comprometeria essa empreitada, então a melhor solução seria povoar aquela colônia. Desocupando terras que antes eram habitadas e reabita-las com seu próprio povo. O resultado se igualaria à uma ofensa tamanha que reduzira drásticamente as chances de alguma revolta, pois as famílias desabrigadas estariam pobres e dispersas demais para se organizarem, enquanto seus vizinhos temerários o bastante por não querem perder seus bens.

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